Pós Operatório na Cirurgia Estética

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 A cirurgia estética, cada vez mais procurada, tem evoluído no sentido de produzir os melhores resultados, com cicatrizes o mais inconspícuas possível, com alta precoce e um pós-operatório que condicione o mínimo de dor e desconforto, evitando complicações e permitindo ao paciente regressar o mais rapidamente à vida normal.
Um dos aspectos que mais preocupam quem se submete a uma intervenção cirúrgica é o período pós-operatório.

Durante a consulta, o cirurgião plástico deverá esclarecer, o melhor possível, o tipo de pós-operatório expectável para determinado procedimento. Na primeira consulta, deverão ser abordados com cuidado aspectos como: o tempo de repouso sem trabalhar, sem conduzir e sem fazer exercício físico; a intensidade de dor ou desconforto esperados; a necessidade do uso de cintas compressivas pós-cirúrgicas; os cuidados de penso e a necessidade de massagens de drenagem linfática. Um aspecto igualmente importante será a gestão correcta das expectativas relativamente a cicatrizes e aos resultados estéticos esperados com a cirurgia, bem como as suas limitações e tempo necessário para se observar o resultado definitivo.

Independentemente de todos os factores previstos, existe uma variação individual que modela a resposta concreta do paciente à cirurgia e que pode explicar diferentes comportamentos e períodos de recuperação díspares entre pacientes que são submetidos à mesma cirurgia. A tentativa de diálogo com pacientes que já tenham sido submetidos ao mesmo procedimento, pelo mesmo cirurgião plástico, é uma boa forma de perceber o espectro possível de pós-operatório expectável. Neste sentido, as redes sociais permitem mais facilmente a interacção e partilha de depoimentos com outros pacientes.

Existem factores preditivos relativamente à qualidade do pós-operatório e que deverão ser tidos em conta durante o planeamento da cirurgia. O limiar de dor é variável com os níveis de ansiedade e stress. Nesse sentido, o planeamento cuidado na escolha da data da cirurgia e a organização familiar e laboral durante os primeiros dias de pós-operatório de forma a permitir o descanso e apoio correcto neste período , poderão tornar o pós-operatório bastante mais confortável. Indubitavelmente, a confiança no cirurgião plástico escolhido e na eficiência de toda a equipa que com ele colabora são factores essenciais, assim como a própria técnica cirúrgica, o cuidado na manipulação dos tecidos e a agressão limitada durante todo o procedimento. A existência de drenos e de determinados tipos de penso, pode condicionar o paciente no pós-operatório, aumentando o desconforto e dor e atrasando a mobilização precoce. Estes factores, para além de terem uma importância negativa na qualidade de vida das primeiras horas ou dias de pós-operatório, podem efectivamente aumentar o risco de complicações potencialmente graves como o tromboembolismo e a trombose profunda, atrasando todo o processo cicatricial. Nesse sentido, o rápido regresso à vida normal, com o mínimo de convalescência possível no leito, reduz drasticamente a possibilidade de complicações graves e potencia o melhor resultado cirúrgico.

Felizmente, a cirurgia estética tem caminhado cada vez mais para procedimentos de ambulatório, com técnicas que privilegiam o maior conforto do paciente no pós-operatório, diminuindo as complicações cirúrgicas e tornando todo o tratamento numa experiência, se não agradável, pelo menos o menos desagradável possível.

Porto, 30 Novembro 2017